A cena gastronômica de Buenos Aires, capital da Argentina, fervilha de vida. Sabe-se que em Buenos Aires não vivem apenas chouriços, morsillas e mollejas. Mas, nos últimos anos, o growth da culinária argentina fez surgir uma variedade de restaurantes que diversificaram como nunca a oferta gastronômica da cidade.
A julgar pelas adegas modernizadas, a crescente influência asiática na culinária e a sofisticação despretensiosa do conceito de muitos novos espaços, pode-se dizer que a cidade vive seu melhor momento em termos de oferta gastronômica.
Mesmo diante de uma das piores crises econômicas, que encerrou o ano com inflação acima de 80% e obrigou o peso argentino a desvalorizar como nunca antes, os restaurantes de Buenos Aires seguem lotados.
Isso porque muitos argentinos ajustaram seus salários para compensar a inflação, permitindo que a Argentina mantenha um bom nível de atividade econômica com crescimento acima de 6% no primeiro semestre e baixo desemprego (abaixo de 10%).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hotelaria e Gastronomia da Argentina, o setor gastronômico ainda é o que mais emprega empregos por metro quadrado na cidade.
vida social agitada
A cultura portenha de comer fora, cafés e uma vida social mais ativa continua sendo um grande impulso nesse sentido, com novos estabelecimentos abrindo na cidade todas as semanas para atender à demanda.
Wine bars, cafés, padarias e restaurantes mais casuais estão surgindo em bairros como Palermo (o epicentro gastronômico de Buenos Aires), mas também começam a se espalhar para outras áreas da cidade com conceitos mais interessantes.
Nosso preparou um roteiro com alguns deles para visitar em sua próxima visita à cidade, desde cafés que funcionam o dia inteiro até restaurantes que querem trazer o conceito de bistronomia para a realidade argentina, lugares para saborear o melhor que Buenos Aires tem a oferecer.
eu como
Em frente ao La Cabrera (parilla adorada pelos brasileiros), o Mengano é um restaurante jovem que homenageia a tradição dos bodegones (restaurantes mais informais e frequentados por trabalhadores), mas de olho em como atualizá-la.
Há empanadas de carne suculentas no cardápio, mas aqui elas são pequenas o suficiente para serem comidas em uma só mordida. Tem truta defumada, aspargos (levemente) cozidos, ñoquis, uma paixão de Buenos Aires mas aqui feita com mandioca.
O sanduíche milanês é feito com carne assada por horas até derreter na boca, e a torta Rogel com camadas de doce de leite, que é um clássico absoluto na cidade, ganha uma versão invertida com massa folhada parecida com creme.
O Chef Facundo Kelemen procurou criar um espaço simultaneamente moderno e acquainted, com pratos mais sofisticados sem pretensões. Passeio de mesa por Buenos Aires, que ainda é muito movimentada.
Endereço: José A. Cabrera, 5172 – Palermo
Instagram: @mengano.ba
homem gordo
Herman Sitz e Pedro Peña formam uma dupla de cooks que trouxe muita ousadia à cena gastronômica da cidade nos últimos anos ao criar uma taqueria sincrética, um espaço dedicado ao horipan (obsessão nacional) e uma carniteria que apresenta novos condimentos. e corte em rodelas.
No entanto, talvez o conceito mais ousado que eles criaram seja o Niño Gordo, um restaurante de influência asiática com uma vibe festiva onde personagens de anime e um aquário de plástico colorido ajudam a dar o clima.
Mas o melhor vem da cozinha: tataki levemente frito, katsu sando (com panado de chouriço), as famosas mollejas aqui servidas com milho e acelga, e o delicioso pudim de missô.
Há uma sala com mesas e iluminação vermelha, estilo restaurante chinês, com candeeiros de papel, mas o melhor sítio é mesmo o balcão, de onde se avistam as chamas e o ritmo frenético de jovens cooks que bem poderiam fazer parte de uma rocha banda.
Endereço: Tâmisa, 1810 – Palermo
Instagram: @xniiogordox
Júlia
Com cozinha comandada pelo chef Julio Martín Baez, Julia é o bistrô por excelência de Buenos Aires: pequeno, elegante e acolhedor, com comida para compartilhar.
Ele também tem um ótimo menu degustação para quem quer uma experiência mais completa, onde Baez usa apenas produtos sazonais argentinos.
Pratos clássicos como o bife tártaro são feitos com nduja (linguiça picante da Calábria) e amêndoas, terrina de fígado de galinha servida com lascas de alcachofra de Jerusalém e curry frio de melão com fatias de frutas grelhadas na parrilla no verão.
Uma carta de vinhos curta e bem escolhida é também um dos pontos fortes do restaurante. O chef, aliás, acaba de abrir o Franca, harmonizando uma relação com vinhos em um wine bar e um restaurante mais descontraído e com foco no fogo.
Endereço: Loyola, 807 – Villa Crespo
Instagram: @julia.restaurante
Naranjo
No entanto, os wine bars não faltam e mudam o cenário gastronômico de Buenos Aires – algo que já period de se esperar devido à intensa atitude dos cariocas em relação aos copos.
No Villa Crespo, o Naranjo foi originalmente concebido como um restaurante onde os vinhos são o protagonista. Mas com a pandemia o conceito teve que ser mudado e nasceu um wine bar, um dos melhores da cidade.
São muitas opções de vinhos naturais, muitos rótulos de pequenos produtores obtidos pelos próprios proprietários, não só da Argentina, embora o país esteja mais presente no cardápio e nas gôndolas.
Instalado num antigo antiquário, o ambiente é cheio de charme: o antigo balcão de comida é uma vitrine para alguns dos petiscos frescos preparados na cozinha. As receitas, aliás, são minuciosas, com ênfase em ingredientes sazonais, por isso não há cardápio fixo.
Endereço: Angel Justiniano Carranza, 1059 – Chacarita
Instagram: @naranjo_bar
Café Oli
A pandemia estremeceu ainda mais as relações entre os portenhos e as ruas da cidade, com mesas nas calçadas permanecendo, criando uma nova paisagem em áreas como Recoleta e Palermo.
Combinando café, padaria e restaurante informal, Oli enche as mesas abertas na rua Costa Rica com descolados e jovens executivos em busca de croissants quentinhos, sanduíches peculiares e saladas leves e frescas.
A pastelaria – desde a dor de chocolate ao pão de fermentação pure – muda todos os dias e tende a esgotar antes da hora de fechar, principalmente porque nem todos conseguem encontrar um lugar para se sentar.
Com raízes judaicas, o Olivia Zaal oferece também gravlax e latkes, além de porções e refeições leves a qualquer hora do dia, do brunch ao fim da noite.
Endereço: Costa Rica, 6020 – Palermo
Instagram: @olicafe__