busca entre os brasileiros por vistos americanos em rápido crescimento

Bloomberg Línea – Forte recuperação do turismo e das viagens internacionais no Brasil aliada à estabilização do dólar em pouco acima de R$ 5levou a um aumento na procura de brasileiros por um visto americanoseja para turismo ou negócios. De acordo com dados do governo dos EUA, 742.156 vistos americanos foram aprovados até novembro do ano passado, ante 645.101 em 2018, um aumento de cerca de 15%.

Do complete de vistos emitidos no Brasil, 92% foram vistos B1/B2 para fins turísticos, segundo dados do Departamento de Estado dos EUA. O país ocupa o terceiro lugar em termos de número de vistos americanos emitidos, atrás do México e da Índia.

A tendência é de alta. Em São Paulo, a fila para o visto americano pode chegar a 511 dias, o que é mais de 1 ano e 4 meses. Parte do motivo do atraso é que muitas pessoas estavam solicitando um visto americano ao mesmo tempo depois que a pandemia esfriou, fazendo com que a fila aumentasse repentinamente.

“A emissão de vistos de turista está travada há quase dois anos durante a pandemia. Apenas assuntos urgentes foram tratados. Isso resultou em um grande acúmulo de pedidos, que começaram a ser analisados ​​a partir de novembro de 2021, quando os serviços foram padronizados”, afirma Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration, escritório de advocacia imigratória. Mesmo com a força-tarefa instalada, a demanda ainda é grande – e pressiona o trabalho nos consulados.

As viagens internacionais aumentaram desde o fim da pandemia e as tentativas de retornar aos níveis pré-pandêmicos estão em andamento, impulsionando a demanda por vistos americanos. Segundo dados do Banco Central, após dois anos de repressão, os gastos brasileiros com viagens internacionais aumentaram 132% em 2022, totalizando mais de US$ 12,18 bilhões. O valor permanece abaixo do patamar de US$ 17,59 bilhões de 2019, mas tende a aumentar ainda mais em 2023.

Imigração

Não foram apenas as viagens pontuais que aumentaram a procura. A busca por um visto de trabalho também aumentou. Em 2021, o governo dos Estados Unidos recebeu 5.416 pedidos de brasileiros solicitantes de visto EB (emprego baseado em trabalho), 18,1% a mais do que os 4.583 pedidos do ano anterior e 519% a mais do que o registrado em 2012, quando a série histórica, segundo dados coletados por AG Immigration.

Neste ano, o Brasil foi o quarto país com mais pedidos de visto de trabalho, atrás de Índia, China e Filipinas.

Em 2021, foram emitidos 17.952 inexperienced playing cards (residência permanente) para brasileiros. Este número continuará a crescer em 2022 e deverá ultrapassar os 20.000 — superando o nível pré-pandêmico de 2019 de 19.825 vistos permanentes emitidos. E durante a eleição, a AG Immigration viu um aumento de 263% nas buscas de inexperienced card.

Segundo a Golden Gate, empresa de investimentos imobiliários, o visto para investidores estrangeiros, o EB-5, também está à vista dos brasileiros, ainda mais pelo apelo do inexperienced card.

Para recebê-lo, uma pessoa deve investir pelo menos $ 800.000 em uma área de alto desemprego nos Estados Unidos e deve viver naquele país durante seis meses do ano.

“O visto é um investimento em um projeto que deve gerar empregos – no mínimo dez empregos por investidor. Uma das exigências do Migration Middle é que, para obter o inexperienced card, é preciso gerar mais empregos e estimular a economia americana”, afirma Danielle Garaicoechea, diretora internacional da Golden Gate. O EB-5 também fornece residência nos EUA para o cônjuge do investidor e filhos menores de 21 anos.

Demissões em empresas americanas também podem aumentar a demanda por, por exemplo, EB-5. Isso porque, após a liberação, o imigrante tem até 60 dias para encontrar um novo emprego ou alterar a situação do visto. Por exemplo, mudar um visto de trabalho para um visto de investimento é uma alternativa à permanência no país.

“Em um mercado pressionado e com muitas demissões nos últimos meses, temos percebido um interesse crescente de pessoas que já moram no país e agora querem mudar de situação”, diz Fernando Guerrero, diretor de Desenvolvimento de Investimentos América Latina da Złota Brama.

adeus brasil

As razões para o aumento da procura de vistos de turista e de residência não são as mesmas, mas, segundo Costa, da AG Imigração, ambas dependem do mesmo catalisador: a economia.

“Historicamente, quando a economia brasileira vai mal, a demanda por vistos permanentes (inexperienced playing cards) aumenta mais rapidamente, pois aumenta o desejo de sair do país”, diz. “No entanto, quando a economia brasileira vai bem, os vistos temporários funcionam melhor porque as pessoas vivem em um contexto de prosperidade, o que as leva a gastar e viajar mais.”

Com uma possível desaceleração da economia do país, a tendência é que a procura por vistos seja ainda maior – seja para turismo ou para o famoso inexperienced card.

O brasileiro não tem medo nem de uma recessão nos EUA ou de uma cotação do dólar passar de R$ 5,00. “É a lógica ‘se você não pode vencê-los, junte-se a eles’.” Não há muito o que fazer considerando que o dólar é a moeda oficial dos Estados Unidos”, diz Costa.

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