Brasil – O futebol profissional dos Estados Unidos, país sem tradição no esporte, ultrapassou pela primeira vez o Brasil em negócios. Em 2022, o faturamento dos 28 instances que disputaram a MLS – liga americana – somou US$ 1,6 bilhão (R$ 8,1 bilhões) contra US$ 1,1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) dos 20 clubes da Série A Brasileirao.
O cenário foi traçado por uma consultoria especializada, a Sports activities Worth, que fez um estudo sobre os resultados financeiros do esporte nos dois países.
A reviravolta reflete uma política de investimentos maciços no futebol americano, que em menos de duas décadas conquistou a preferência de jovens que antes gostavam principalmente de basquete e beisebol.
Números do instituto de pesquisa Gallup mostram que 25 milhões de americanos estão agora dedicados ao futebol.
A moda explodiu entre os jovens, principalmente as meninas. Sua força é demonstrada por um time que já conquistou quatro títulos mundiais para os EUA.
Apesar disso, ainda não há equipes femininas disputando um campeonato profissional propriamente dito, como acontece no resto do mundo. O faturamento, segundo a consultoria, é irrisório.
O interesse americano pelo futebol atrai 11% dos menores de 16 anos, já que muitos procuram o basquete e quase o dobro dos que escolhem o beisebol (6%).
Esse resultado se reflete nos negócios. A MLS assinou recentemente um acordo para transmitir jogos da liga com a Apple TV. Serão US$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão) por temporada.
O público da MLS é jovem e conectado ao streaming. Antes, a receita convencional com a transmissão de jogos de futebol – por todos os veículos – não ultrapassava US$ 100 milhões (R$ 507 milhões) por ano.
Os Estados Unidos já se tornaram o terceiro país mais importante para a FIFA, a federação internacional de futebol, em termos de geração de público. Perde para China e Brasil.
O país sediará a próxima Copa do Mundo em 2026, juntamente com México e Canadá.
“Os dados mostram que o Brasil, apesar de ser pentacampeão mundial e ter alguns craques, está perto de transformar esporte em dinheiro”, diz Amir Somoggi, sócio da Sports activities Worth.
“A liga profissional da MLS ajudou muito na popularização do futebol [futebol] Nenhum país [EUA] e hoje, para entrar na liga, o investidor deve desembolsar US$ 325 milhões [R$ 1,6 bilhão]diz Somoggi. “Esse valor não ultrapassou US$ 50 milhões. [R$ 254 milhões] dez anos atrás.”
Para ele, os clubes brasileiros estão aos poucos avançando na profissionalização de sua gestão para fazer do esporte uma fonte de divisas.
O endividamento, a falta de estruturas adequadas (estádios e centros de treinamento) e a falta de recursos para pagar jogadores de alto nível, como consequência, pioram os resultados esportivos e dissuadem os torcedores.
Mas as equipes brasileiras já estão trabalhando juntas para criar uma liga profissional semelhante à MLS – que nos Estados Unidos ajudou a desenvolver o esporte entre os mais jovens.
Somente pelos cálculos do Sports activities Worth, a mudança pode agregar R$ 7 bilhões em novas receitas em no máximo cinco anos. Se eles conseguirem definir um novo calendário de jogos, serão R$ 4 bilhões.
As negociações estão avançando, de acordo com os líderes do clube. Por exemplo, o Palmeiras é um dos zagueiros do modelo.
“Precisamos estruturar [a liga] alcançar um nível de receita em linha com nossas expectativas em relação aos mercados externos.
“Para nós é elementary modernizar a gestão, os estádios e as instalações de treinamento, além de reduzir o endividamento dos clubes para viabilizar o fluxo de caixa.”
Hoje, segundo a consultoria, os 30 maiores clubes profissionais do país – incluindo 20 que disputam a Série A – valem R$ 33,2 bilhões, alta de 31% após a pandemia. O valor não inclui as dívidas desse grupo no valor de R$ 7,4 bilhões.
“Se esses clubes brasileiros fossem negociados em conjunto, esse seria o valor a ser pago. Isso é muito pouco diante do potencial do futebol brasileiro”, diz Somoggi.
“Alguns clubes têm mais ativos como um estádio ou CT [centro de treinamento]. Outros têm investimentos maiores em jogadores. Há também o valor das marcas das equipes. A classificação leva em conta as realidades individuais de cada clube. Os dados financeiros foram atualizados pelo IPCA [inflação]”.
Na pesquisa, os ativos totais (patrimônio líquido) foram de R$ 10,8 bilhões, excluindo os ativos intangíveis (gamers). As marcas de clubes somaram outros R$ 8,9 bilhões, enquanto os jogadores profissionais e juvenis somaram outros R$ 9,6 bilhões. Os direitos esportivos relacionados às competições das quais os clubes participam geraram R$ 4 bilhões.
“Os clubes que têm ativos modernos valem mais. Controlar sua própria riqueza também faz diferença. Mesmo com menos espectadores e menor valor de marca, estádio é muito representativo na valorização [avaliação econômica]. Tenha um centro de treinamento ou procuring, mantenha um time com bons jogadores [com passe mais valioso] é de grande importância na avaliação last.”
A dívida é um fator que afeta negativamente o valor do clube. Algumas das dívidas dos clubes são de impostos relacionados ao governo federal – cerca de R$ 2,8 bilhões, valor negociado no âmbito do esquema Profut para sanear dívidas fiscais dos instances, instituído em 2015.
O mais valioso do Brasil
Atualmente, o Flamengo é o líder do rating, avaliado em R$ 3,8 bilhões. O clube se recuperou da queda de 6% na valorização econômica durante a pandemia – foi avaliado em R$ 2,8 bilhões em 2020 – e cresceu principalmente pela força de sua marca, que sozinha vale R$ 1,4 bilhão.
Procurado, o clube não respondeu até a publicação desta reportagem.
O vice-líder Palmeiras, com R$ 3,4 bilhões, teve alta de 45% em relação a 2021, graças às atuações em campo que geraram altas receitas de TV e prêmios em dólares. Segundo o levantamento, ele tem os jogadores mais caros do país.
“Temos que agradar nossa torcida com vitórias e títulos. O futebol é a força motriz. É isso que reforça o ciclo positivo do nosso negócio. Por isso, procuramos manter nosso plantel competitivo, equilibrando orçamentos de gastos e investimentos. Quando um clube alcança o sucesso esportivo, essas receitas são alavancadas”, disse o clube.
Segundo o Sports activities Worth, o Atlético-MG ultrapassou o Corinthians no ano passado e é hoje o terceiro clube mais valioso do Brasil (R$ 3,1 bilhões).
Vários fatores contribuíram para esse crescimento: aumento do faturamento e alta valorização dos jogadores, além de investimentos em imóveis – firma parceria com um dos principais procuring facilities de Belo Horizonte e está construindo seu próprio estádio. Em patrimônio complete, incluindo a equipe, é o maior do Brasil, com R$ 1,6 bilhão.
Segunda maior torcida do país, o Corinthians está avaliado em R$ 2,9 bilhões. O clube ocupa o terceiro lugar em ativos, mas seu elenco vale a metade do rival Palmeiras.
Crescente
No topo da pesquisa, instances como Juventude, Chapecoense, Botafogo, Atlético-GO e Fortaleza tiveram os maiores ganhos em sua classificação econômica.
Para o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, a receita é profissionalizar o comando. O clube, avaliado em R$ 545 milhões, subiu duas posições no rating Sports activities Worth.” Sou presidente eleito e quase CEO [de uma empresa]disse Paz à Folha.
O dirigente afirma que impôs um sistema de metas e resultados à diretoria do clube.
“Quando assumi, eram 7.500 sócios em 2017. Hoje, já são 42.000. Nossas vendas no varejo (com itens da marca do clube) renderam R$ 800 mil e já valem R$ 30 milhões [por ano]”.
Grande parte deste resultado deve-se à boa gestão do “produto core” – os jogadores. “Priorizamos o desempenho esportivo e a maior parte dos nossos resultados vem disso. Passamos da Série B para a Série A, recebemos receita direta disso. Em 2021, chegamos às semifinais [da Copa do Brasil]. No ano passado, às quartas-feiras. Tudo dá dinheiro.” (Júlio Wiziack/Folhapress)