As bebidas não alcoólicas estão no centro de todas as políticas alimentares governamentais do mundo. A razão para isso é que eles contribuem para o consumo de açúcar acima dos limites recomendados, e isso está associado a uma epidemia de obesidade e outras doenças crônicas.
Os especialistas nutricionais mais rigorosos podem até fechar os olhos para violações ocasionais de hábitos alimentares saudáveis. O problema é que a exceção vira regra e esse merchandise passa a fazer parte da dieta todos os dias da semana.
- 15% dos adultos com mais de 18 anos no Brasil bebem refrigerantes 5 ou mais dias por semana.
- 32% das crianças já experimentaram a bebida antes dos 2 anos, e esse grupo não deve oferecer açúcar.
Delicioso, mas comum
Os refrigerantes são classificados como alimentos ultraprocessados, ou seja, formulações industriais compostas por substâncias como açúcar, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e outros aditivos.
Apesar da alta proporção de água, o açúcar e os aditivos que compõem sua composição não permitem considerá-lo uma fonte de hidratação.
- Uma lata de refrigerante de 350 ml corresponde a ten colheres de chá de açúcar, quantidade complete recomendada por dia para adultos.
- Uma em cada dez mortes por todas as doenças evitáveis é atribuível a alimentos processados.
Como seu corpo reage
Pela sua composição, aparência e disponibilidade, a bebida tende a ser consumida em excesso, o que pode contribuir para alterações indesejáveis e efeitos adversos. Os principais são:
- morte prematura
- Obesidade
- doença arterial coronária
- Diabetes
- Alguns tipos de câncer
- gordura do fígado
- cavidades
- Perda óssea
voce vive menos
Aqueles que consomem mais de uma lata ou copo de refrigerante por dia têm um risco 11% maior de morte precoce por todos os tipos de doenças.
Duas ou mais porções diárias são suficientes para aumentar sua likelihood (31%) de doença cardiovascular (ataque cardíaco ou derrame) em comparação com nenhuma ou menos de uma porção por mês.
Você coloca mais peso na balança
Embora o consumo de refrigerantes no Brasil venha diminuindo desde 2007, as taxas de obesidade não acompanharam esse declínio.
- Este tipo de bebida aumenta o complete de calorias diárias porque não o sacia nem compensa outras fontes de calorias nas refeições posteriores.
- O ganho de peso é gradual. Em média, cerca de 450 g por ano.
- As pessoas que consomem uma ou mais porções por dia têm um forte risco genético de aumento do IMC (índice de massa corporal) e obesidade.
- O consumo imediatamente após o parto está associado a maior retenção de peso nesse período e aumento do teor de gordura em crianças.
Você está sabotando o sistema cardiovascular
Junto com a obesidade, esse é um dos principais e mais persistentes efeitos confirmados pela ciência. Cada porção diária aumenta o risco de doença cardíaca coronária em 15%.
- A concentração de gordura nos vasos do coração está associada à desnutrição, sedentarismo e obesidade.
- Dislipidemia, alterações no teor de gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos), glicemia e aumento da pressão arterial brand aparecem.
- Essa condição leva à síndrome metabólica, abrindo caminho para doenças cardiometabólicas, como acidente vascular cerebral e ataque cardíaco.
- 1 porção por dia foi associada à revascularização (anastomose subcutânea) em mulheres.
Você alivia a diabetes
Uma forma de evitar doenças é evitar refrigerantes que são rapidamente digeridos e aumentam rapidamente os níveis de glicose no sangue (alto índice glicêmico e carga).
Comer uma ou duas porções por dia pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 em 83% em comparação com pessoas que não bebem este produto.
A principal explicação para isso é o ganho de peso, mas a bebida também contribui para a inflamação crônica, triglicerídeos elevados, queda do colesterol “bom” (HDL) e aumento da resistência à insulina, fatores que contribuem para essa condição.
Você enfraquece a defesa contra tumores
O excesso de gordura corporal e as alterações cardiometabólicas estão associados à obesidade, resistência à insulina e diabetes. Juntos, eles reduzem a proteção contra vários tipos de tumores.
Os cientistas ainda estão observando o impacto negativo dos refrigerantes a esse respeito. As pesquisas mais atuais mostram associação com o câncer de mama, principalmente no período pré-menopausa.
Outros estudos apontam associação com cânceres de próstata, cólon e pâncreas, mas as evidências ainda não são unânimes.
você envenena seu fígado
A dose diária faz com que o organismo reclame do aparecimento da esteatose hepática não alcoólica (NASH), conhecida gordura no fígado. Ingredientes como frutose, sacarose e xarope de milho podem ter esse efeito e até mesmo induzir uma concentração de alanina transaminase, que é um sinal de funcionamento saudável dos órgãos. Para alguns cientistas, o excesso de calorias fará a maior diferença nessa equação.
você estraga seus dentes
Bactérias boas e más formam o ecossistema oral. Alguns deles metabolizam açúcares para formar ácidos. Juntamente com alguns produtos alimentares, estes microrganismos formam uma “placa bacteriana” ou biofilme.
- A cárie ocorre como resultado da falta de controle sobre esse processo, o que leva à destruição da estrutura da superfície do dente (esmalte ou dentina).
- Em várias causas, a doença é dependente da dieta, principalmente da ingestão de açúcar, e mediada pelo biofilme.
- Os refrigerantes contêm ácidos (carbônico, fosfórico e cítrico) e muito açúcar. Em pessoas mais susceptíveis, esta combinação, aliada à falta de higiene, contribui para o aparecimento de uma lesão (cárie).
você agita os ossos
As bebidas à base de cola parecem estar ligadas ao enfraquecimento dos ossos. O que sabemos até agora é que esse processo não é causado pela gaseificação. Cafeína e ácido fosfórico (ou fosfato) podem contribuir para essa perda.
Como o cálcio, o fosfato é encontrado nos ossos. E o consumo de refrigerantes pode substituir o leite, uma das fontes de cálcio, desrespeitando a ingestão diária recomendada do nutriente. Dados retirados da BHOF (Bone Well being and Osteoporosis Basis).
E a opção de dieta?
Em geral, possuem um adoçante synthetic que não deve ser usado indiscriminadamente. Orientação da OMS. Este substituto do açúcar é indicado para quem tem alguma restrição alimentar ou doença, e não para quem quer se manter saudável.
- Embora possa fornecer benefícios de curto prazo sob certas condições, seus efeitos de longo prazo ainda não são totalmente compreendidos.
- A alta ingestão desses componentes tem sido associada ao ganho de peso e ao diabetes, porque eles parecem promover o armazenamento de gordura corporal e até confundir os receptores de insulina.
Para evitar a desidratação, colabore com a prevenção de doenças, sem risco de efeitos colaterais, dê preferência à água.
Ideias que vão substituir o consumo
- Beba mais água. Beba água com gás para variar.
- Seja criativo e opte por frutas ou ervas para aromatizar sua água.
- Faça cubos de gelo com suas frutas favoritas. Acrescenta mais sabor à água.
- Invista em cafés e chás clássicos para fornecer a energia da cafeína.
- Experimente chá de camomila e limão para relaxar e chá de hibisco para ajudar a controlar a pressão arterial.
Fontes: Ana Paula Bortoletto Martins, Nutricionista, Doutora em Nutrição e Saúde Coletiva, Bolsista do Nupens-USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo); Eric Barreto PordeusMédico-Chefe do HC-UFPE (Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco), que integra a rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), Mestrando do Departamento de Medicina Tropical e Professor de Semiologia e Urgência e Emergência da a mesma instituição; Madalena Vallinotti, nutricionista clínica, ex-diretora do SindiNutri-SP (Sindicato dos Nutricionistas de São Paulo); e Maria Sueli de Souzacirurgiã-dentista, integrante do corpo clínico da clínica Odontológica Spera Odonto em São Paulo. Revisão técnica: Madalena Vallinoti.
Referências:
- Ministério da Saúde (Guia de Nutrição para a População Brasileira
- Nupens/USP – Cátedra Josué de Castro. O Diálogo dos Ultraprocessados: Soluções para Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis. 2021.
- Organização Mundial da Saúde. Rios-Leivraz M, Montes J. Efeitos na saúde do consumo de adoçantes sem açúcar: uma revisão sistemática e meta-análise. Genebra; 2022.
- Nilson EAF, Ferrari G, Louzada MLC, Levy RB, Monteiro CA, Rezende LFM. Mortes prematuras associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil. Am J Prev Med. Janeiro de 2023; 64(1):129-136. doi: 10.1016/j.amepre.2022.08.013. Epub 2022, 7 de novembro. PMID: 36528353.
- Malik V.S., Hu F.B. O papel das bebidas adoçadas com açúcar na epidemia international de obesidade e doenças crônicas. Nat Rev Endocrinol 18, 205-218 (2022). https://doi.org/10.1038/s41574-021-00627-6.
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