Relatos de cegueira levaram a Anvisa a proibir a venda de pomadas para cabelo

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Após denúncias de clientes com diversos problemas de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a restrição e cobrança de pomadas capilares para fazer tranças. Completamente, 11 pomadas modeladoras à venda para que as substâncias desses produtos possam ser testadas e as marcas possam regulá-las.

A cabeleireira e tricologista Rosi Ribeiro fala à Agência Brasil sobre o uso de pomadas capilares e os perigos de alguns cosméticos
A tricologista Rosi Ribeiro fala à Agência Brasil sobre o uso de pomadas capilares e os perigos de alguns cosméticos – Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Segundo a tricologista e cabeleireira Rosi Ribeiro, os efeitos negativos do uso de pomadas capilares podem ser sentidos tanto pelos profissionais que aplicam o produto quanto pelas clientes. Coceira e olhos vermelhos, irritação da pele, foliculite e até cegueira temporária são relatados. Existem casos em que o uso repetido da pomada pode levar ao entupimento dos folículos pilosos e à queda de cabelo.

“Houve um caso em que uma cliente usou trança durante três meses, o cabelo caiu e o folículo fechou. Em vez de remover a trança, ela ajeitou o penteado. O maior problema é que com o fechamento desse folículo, o cabelo não cresce mais”, disse a profissional.

em formação

A pomada é um cosmético comumente usado para fixar penteados. Segundo o tricologista, os conservantes permitem uma vida útil mais longa do produto, mas podem causar efeitos adversos aos usuários. Esses problemas ocorrem quando o produto entra em contato com a água, o que faz com que a pomada escorra pelo rosto e chegue aos olhos. Para Rosi Ribeiro, a melhor forma de prevenir efeitos negativos é a informação.

“Existe um mito de que a mulher tem que sofrer para ficar bonita, mas isso não é verdade. O mais importante é ter informação”, disse. “Hoje qualquer um pode criar seu próprio produto. Vá ao laboratório e faça um produto sem controlar a quantidade desses conservantes e colocando-os em excesso. Não é que as substâncias não possam ser usadas, mas sim que devem seguir certas regras e serem laváveis ​​– o que não é o caso atualmente. Portanto, as pessoas precisam saber quais substâncias podem oferecer risco à saúde”, explicou.

Segundo a Anvisa, os produtos estão sendo investigados pela própria agência reguladora e pelas autoridades sanitárias locais após relatos de pacientes com reações adversas graves após o uso. Todos esses produtos podem representar um risco à saúde.

A Anvisa explica que a proibição de pomadas é uma medida cautelar para proteger a saúde da população e permanece em vigor até que novas investigações sobre o assunto requeiram exames, testes, análises ou outras medidas.

O que fazer se você comprou um produto

Caso o consumidor esteja com um dos produtos em casa, é recomendável que não o make the most of e entre em contato com a empresa para verificar como devolvê-lo.

Caso o produto já tenha sido utilizado, caso ocorra alguma reação adversa, o órgão recomenda que você entre em contato imediatamente com o seu médico e informe a Anvisa por meio dos websites cidadão e profissional que tratam do produto ou empresas e profissionais de saúde.

Segundo o tricologista, a orientação é que os clientes busquem produtos à base de substâncias naturais, sem conservantes e, portanto, com prazo de validade curto.

“Falta informação na área de cachos e cabelos afro. Os profissionais precisam entender que é possível realizar o serviço com a mesma qualidade, mesmo sem o uso de pomada”, afirmou. “Muitas pessoas optam por determinadas opções pelo preço, mas recorrem a produtos muito mais baratos, sem nenhuma regulamentação, no curto prazo. Mas a longo prazo, e até a médio prazo (3 a 6 meses), uma pessoa pode ter calvície permanente”, explicou.

Segundo Rosi Ribeiro, os efeitos negativos do uso da pomada podem afetar a autoestima da mulher. “O uso desses produtos pode levar à calvície permanente, e isso prejudica psicologicamente a autoestima, a parte física, além de gastos com vários especialistas como dermatologistas e psicólogos”, destacou.

A cabeleireira e tricologista Rosi Ribeiro fala à Agência Brasil sobre o uso de pomadas capilares e os perigos de alguns cosméticos
Rosi Ribeiro diz que o grande problema é a falta de informação Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

serviços sociais

Rosi Ribeiro desenvolve um projeto social Não Alisa, mãe, uma iniciativa gratuita para ajudar as famílias a cuidar dos cabelos crespos e cacheados de seus filhos. Destinado a crianças de 2 a 14 anos, a proposta é ensinar técnicas de cuidados com os cabelos cacheados e crespos. Um profissional avalia o estado dos cabelos das crianças e orienta sobre as possibilidades de cuidar dos cabelos sem danificá-los.

relatório

A influenciadora digital Bielle Elizabeth compartilhou em sua conta no Instagram sobre sua experiência com a pomada capilar e seu horror quando perdeu temporariamente a visão. A pomada modeladora usada para fixar o penteado no cabelo caiu nos olhos por causa da chuva.

A influente Bielle Elizabeth ficou temporariamente cega após aplicar pomada capilar.
A influenciadora Bielle Elizabeth ficou cega temporariamente após aplicar pomada no cabelo. – Reproduzir Instagram

“Usei pomada para finalizar o cabelo do bebê porque é isso que a gente faz. É uma coisa regular, não tem culpado que não seja a marca da pomada que não tem as indicações certas para round no mercado”, afirmou. “Usei a pomada e fui a uma festa, anunciei e estava chovendo. Peguei a chuva e a pomada automaticamente escorreu e entrou nos meus olhos. Ao mesmo tempo, tive uma reação”, acrescentou.

Com fortes dores nos olhos e incapacidade de enxergar, Elizabeth gradualmente recuperou a visão depois de ser resgatada e medicada na sala de emergência.

“Quem aqui já não passou uma gota de xampu no olho enquanto lavava o cabelo no chuveiro? É uma regra ser cegado por isso? não. O mesmo se aplica à pasta de modelagem. Culpar as vítimas é extremamente irresponsável e covarde. Chovia, suava. Algo pure que nunca deve ser questionado para justificar um produto que causa dor ao cliente”, disse. “Irritação é aceitável até exceções. Mas o que vemos aqui é uma regra de um dia, 140 pessoas têm reações a um produto que tem o poder de cegar uma pessoa em sua composição química”, acrescentou.

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